sábado, 19 de junho de 2010

Nem o tempo muda Parte 2/3

A porta automática abriu, e ela entrou, triunfante, esbanjando formosura e classe. Ela estava em perfeita harmonia consigo mesma, desde seu humor a sua roupa. Usava um vestido tomara que caia beje, justo até a cintura, e mais solto, gradativamente, até a altura da coxa, uma meia-calça preta, uma bota de cano curto, com bico arredondado e usava por cima um sobretudo preto, aberto. Seus saltos acariciavam o chão, seu desfile era um show de leveza e elegância e, com certeza, arrancava muitos olhares.
- Muito bom dia pra você Marta! - Disse, tirando os óculos de sol, e curvou os lábios para cima, os quais estavam pintados em um tom de vermelho, cumprimentando a recepcionista.
- Bom dia Jen. Seja bem vinda!
- Obrigada.

Vários cumprimentos foram direcionados a ela, enquanto percorria o caminho para a sala presidencial. Murmúrios e fofocas também não ficaram de fora. Ao abrir a porta logo se deparou com seu pai, sentado, atrás de uma mesa, vestido com um terno, como de costume.
- Bom dia papai! - Sorriu revelando um lindo sorriso e dentes, incrivelmente brancos. Ao chegar até ele, beijou-o na testa, e largou sua bolsa sobre a mesa.
- Oo minha filha, bom dia. - Ele beijou a mão de Jen. - Finalmente você está aqui com outra finalidade, que não vir me visitar. - Sorriu.
- Pois é papai. Aquela menininha cresceu, se formou e agora está na hora de revolucionar a empresa da minha família, ou seja, a minha empresa. Ai papai, você vai ver só, o mundo dos eventos nunca mais será o mesmo. Grave esse nome: Jennifer Meinerz! - Riu animada.
- Ah, mal posso esperar para ver. - Disse, mostrando-se assustado.
- Ai credo, você deveria me dar todo o apoio, isso sim. Bom, mas isso não vem ao caso agora. Vou lá conhecer o mais novo Relações Públicas contratado. Você nem ao menos me informou quem era o tal...descobrirei por mim mesma.- Pegou sua bolsa e, direcionou-se para a saída. - Tchau, meu gatão de meia idade favorito.
- Você nem ao menos se interessou, Jen...- A porta já havia sido fechada.

- Pode entrar. - Ele disse após ouvir leves batidas na porta.
- Com licença, eu sou Jennifer Mei...nerz. - Sua fisionomia sorridente mudou no mesmo instante, estava, agora, visivelmente emburrada.
- Ah, olá Jennifer. - Ele estendeu a mão, dirigindo-se ao encontro dela. - Creio que já nos conhecemos. - Sorriu, inocente. Uau, como sempre, divina, ele pensou.
Ela ignorou seu braço estendido. O fitava, incrédula.
- Eric Davis. - Jen pronunciou seu nome de tal forma que pareceram palavras completamente inúteis.
- Exatamente, acho que você ainda lembra de mim, sua memória não é tão ruim assim.
- Ah, pra falar a verdade minha memória é ótima, principalmente quando se trata de coisas insignificantes, eu faço questão de me lembrar para ficar bem longe, sabe. E por sinal, - checou seu celular. - já está na minha hora. Mas primeiro eu quero saber... porque a empresa do meu pai, onde, você sabe, que eu vou trabalhar de agora em diante? O que você fez para convencer ele a te dar um emprego?
- Ah Jen, não vem com essa, você sabe que o sogrão sempre gostou de mim. Desde a época que a gente namorava. E eu me formei há pouco tempo, seu pai me ofereceu uma oportunidade, principalmente porque ele confia em mim! - Eric se encostou na mesa que estava atrás dele, apoiando as mãos na borda, uma em cada lado do corpo.
Ela precisava de pelo menos alguns segundos, para se concentrar naquele cabelo louro escuro e rebelde, que ela sempre achara super sexy. Aqueles lábios apetitosos que ele possuía, aqueles músculos cobertos por uma camiseta de algodão roxa, e um blazer preto, acompanhados por uma calça jeans preta, e um tênis, também preto, de cano baixo, com o solado branco, o que dava um toque todo especial, um detalhe, em meio a todo aquele preto, que, diga-se de passagem, lhe caía muito bem. Oh meu Deus, como ele era lindo. Que vontade de beijar aqueles lábios...Chega!, ordenou a si mesma.
- Hm. Bom, espero que você não seja incopetente e idiota o suficiente para desperdiçar uma chance dessas e, decepcionar o 'sogrão'. Se você o fizer, admito que não ficarei nem um pouco triste. Até farei uma festa para comemorar, não seria ótimo? - Sorriu, demonstrando um entusiasmo repentino.
Ele a puxou, colando o corpo dela no seu. Deixando suas bocas a milímetros de distância.
- Se essa festa for só entre nós dois, - deslizava suas mãos pelas costas dela. - então seria mesmo ótima. - Levou uma das mãos até sua nuca, enganchou-a nos cabelos de Jen e a beijou, calmamente. Ela se rendeu, o tempo suficiente para sentir o gosto de Eric, e saber que isso a torturaria por alguns minutos, talvez horas...talvez dias.
- Para! - ela o empurrou, se desvencilhando de suas mãos. - Se você acha que vai ficar me usando, como faz com várias outras por aí, está muito enganado, eu não caio mais nessa...você nunca mais vai me enganar! - Gritou a última frase, enquanto sentia o calor de uma lágrima escorrer-lhe pela face. E virou-se para ir embora, o mais rápido possível. Maldita lágrima qua a havia traído.
Ele a olhou atônito e assustado. O ato de segurar o braço dela, foi por puro impulso, nem ao menos teve tempo de pensar.
- Me solta. - Gritou.
- Calma! Vamos conversar. Você não sai daqui enquanto não me explicar toda essa história. Você me acusa de coisas que eu não fiz. Tenho, pelo menos, o direito de saber o porquê!
Ela sabia que não adiantaria gritar, espernear, chorar...Eric não descansaria até ela contar o que ele queria. Desvencilhou o braço das mãos dele. Colocou a bolsa em cima da mesa, sentou em uma poltrona e cruzou as pernas, elegantemente.
- Ok. - Suspirou. - Não vou fugir, quanto mais rápido eu resolver isso, mais rápido eu me livro de você! Bom, há cinco anos atrás, quando eu viajei pra França, te deixando sozinho, desolado, - ela deu uma risadinha irônica. - na verdade eu ia te contar tudo àquela noite, não tive coragem de contar antes, e viajaria no dia seguinte. A princípio eu ia apenas visitar a faculdade, não tinha decidido nada ainda...por você. Mas depois que o Jake me disse que você tinha passado na casa da Giovana, e ficado lá pelo menos algumas horas...eu consegui adiantar o voo. O próprio irmão dela que contou para o Jake. Você não contava que a sua 'incrível queda pela ex-namorada' ia chegar até mim tão rápido, não é mesmo? Ainda bem que o Jake não espalhou essa história pra ninguém. Imagine só, todo mundo ficar sabendo que eu fui traída por aquela sem sal...
- Você é ridícula! Ah, um amigo do conhecido do meu amigo me disse que você iria se jogar da ponte. Mas, infelizmente, eram apenas boatos, porque você está aqui ainda. - Ele se levantou, irritado, passando a mão por entre os cabelos. - E o Jake, - ele riu alto, debochado. - ele simplesmente era doido por você. É claro que não iria te contar que eu fui lá pra ajudar uma amiga, que estava com um problema. A única verdade é que eu traí a minha linda namorada há anos atrás, não é? - Ele se curvou e acariciou o rosto dela, olhando-a nos olhos, que lutavam para segurar lágrimas, ele notou. - A minha linda namorada, que preferiu acreditar em qualquer um e fugir...em vez de falar comigo.
Várias lágrimas percorreram o rosto de Jen. Aquilo era demais pra ela, chorar na frente dele? Não podia estar acontecendo. Ela o empurrou, pegou a bolsa e saiu, batendo a porta.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Nem o tempo muda Parte 1/3


Toc, toc, toc, toc... Mesmo depois de cinco anos ele ainda reconhecia seu andar decidido, aquele ritmo prepotente de seu salto alto, era como se o chão se rendesse para o desfile dela. Alí, encostado no armário da sala de ginástica, e de braços cruzados, apenas esperava ela dobrar o corredor para finalmente reencontrá-la depois de tanto tempo. Da direção que ela vinha apenas havia acesso para o corredor dos armários, que naquele momento encontrava-se vazio, a não ser pela presença dos dois.
Ela parou subitamente e levou a mão ao peito quando deparou-se com a presença dele.
- Caramba, você me assustou!!! - Falou em um tom irritado.
Foi impossível para ele não notar o quanto ela havia mudado, suas curvas estavam mais realçadas, seus cabelos ruivos mais radiantes, desenrolavam-se em largas e bem feitas ondas por suas costas, seu olhar, de um verde vivo e intenso, mais penetrante. E lembrou como ela ficava ainda mais atraente quando, em particular, ele, a deixava irritada.
- Sinceramente, eu esperava um reencontro menos...incomum. - Ele disse sorrindo levemente.
- Sinceramente, eu nem ao menos esperava um reencontro. - Sua voz saiu mais fria do que pretendia.
Caminhou até ele, encarou-o por alguns segundos, antes de falar novamente.
- Com licença, você está apoiado no meu armário.
- Perdão mademoiselle. - Afastou-se fazendo reverência em direção ao armário. - Incrível como o Sr. Meinerz ainda exerce profunda influência no clube...por cinco anos eles mantêm um armário inutilmente trancado.
- Papai é um dos melhores sócios desse clube, se não fosse por ele isso aqui não seria nem a metade do que é. E em relação ao 'inutilmente'... - Repetiu em tom de deboche. - nada é inútil quando o nome Jennifer Meinerz está envolvido! - Arqueou uma sobrancelha e lançou-lhe um olhar de importância.
- Uau, humildade hoje e sempre, hein. E preciso dizer, que estou impressionado como ela se desenvolveu nesses anos.
Ela abriu a boca para responder-lhe, enquanto, juntamente, abriu o armário, mas a voz travou em sua garganta e logo, foi embora, para bem longe. Na porta, recém aberta, havia fotos coladas na parte interna, elas mostravam um casal que parecia incrivelmente feliz, além de bilhetinhos adolescentes, de amor. Por impulso fechou a porta instantâneamente, causando um estrondo, que ecoou pelos corredores desertos. Lembranças invadiram a mente de ambos, provocando-lhes alegria e dor ao mesmo tempo. Jen ficara pálida, e após recobrar a consciência decidiu que precisava sair de perto dele, naquele momento.
- E..eu vou..me trocar. - Saiu em direção ao banheiro feminino, o qual ficava há alguns passos à direita do local onde estavam.
Eric encheu as bochechas de ar e soltou-o demoradamente enquanto passava a mão pelos cabelos, seu típico ato de preocupação.

Seu idiota, porque você simplesmente não desaparece? - Pensava e simultâneamente procurava por sua blusa de ginástica na bolsa apoiada sobre o banco.
- Você vai continuar fugindo, como sempre fez? - Escancarou a porta agressivamente.
Ela, deu um grito de susto, e atrapalhadamente tentou cobrir o corpo semi-nu, coberto apenas pela calcinha e o sutiã, com a blusa que finalmente achara. Não havia nada que a deixava mais irritada quando era pega desprevenida, em qualquer situação.
- O que você pensa que está fazendo seu idiota??? Sai daqui agora!!! - Disse furiosa.
- É...puxa...- Olhou demoradamente para ela, hipnotizado. - É... Não! Eu não saio daqui até você me responder. - Retomou a firmeza na voz e olhou-a diretamente nos olhos, desafiando.
- Responder o que seu maluco?
- Porque você fugiu? Há cinco anos atrás, porque você, sem nenhuma explicação desapareceu de repente, sem nem me avisar? - Perguntou enquanto se aproximava dela.
- Ora, você sabe muito bem, não se faça de tolo. Eu tinha que pensar no meu futuro. Minha mãe me deu a escolha de ir fazer faculdade na França e eu nem ao menos hesitei. Você não acha que eu deixaria passar uma oportunidade dessas para ficar aqui, alienada, vivendo um amorzinho juvenil sem futuro, não é? - Ela continuava encolhida, com a blusa sobre o peito, mas nem se deu conta.
- Mentira. Mentira. Eu nunca engoli essa histórinha. Quando os boatos chegaram até mim, eu tive certeza que você havia mentido. Eu sei que aquele amorzinho juvenil significava muito pra você, pra nós. - Agora, estava perto o suficiente dela, conseguia sentir suas respirações indo de encontro uma a outra, de forma que o torturava.
O olhar deles se encontrou. Formou-se uma mistura de raiva e desejo entre ambos. Sem mais forças para resistir, Eric tomou-lhe a boca, fazendo-a soltar um gemido baixo, relutante, enquanto a puxava contra seu corpo , firmemente. Jennifer amoleceu, cedeu. Ele a soltou, deixando-a atordoada. Por um momento ela esqueceu onde estava e o que fora fazer ali.
- Viu? Isso prova o quanto você mentiu...você ainda sente algo por mim.
Ela o encarou, confusa, antes de voltar à Terra. Em seguida colocou a blusa, e o empurrou, livrando o seu caminho até a bolsa, onde pegou um short e o vestiu.
- Rá, rá! Havia esquecido dos seus dotes humorísticos. Sou assediada, agarrada, violentada à força, e obrigada a ouvir que 'ainda estou loucamente apaixonada por você'. - Tentou imitar a voz dele. - E, a propósito, eu não menti. Você mentiu. - Sentou no banco para calçar os tênis. - Como foi sua virada de ano há cinco anos atrás?
Deu-se uma pausa. Alguns segundos de silencio.
- Foi a pior de todas. Você me deixou lá plantando, eu fiquei super preocupado, e só no dia seguinte fiquei sabendo por outros que você estava há milhas de distância e...pera aí, não muda o foco. Você e sua mania de transferir a culpa para os outros. Como assim eu menti?
- O quê? Não vai me dizer que você esqueceu. - Disse da forma mais irônica possível. - Ah, duvido. Tenho certeza que a Gigi não ia deixar isso acontecer. - Mostrou-lhe seu sorriso mais amigável.
- Você tá falando da Giovana?
- Bingoooo!
- Ah, pera aí, não vai me dizer que ela foi o motivo daquilo tudo. Porque foi sempre assim, de dez brigas nossas, em nove ela era o problema. Incrível como você tinha o poder de focar suas energias nela. - Falou impaciente.
- Boa jogada lindinho. Quase me convenceu. - Levantou e ajeitou sua bolsa no ombro. - Bom, agora eu vou focalizar minhas energias nos aparelhos de ginástica. Já perdi tempo de mais ouvindo bobagens.
Virou as costas e encaminhou-se à porta com sua pose de poderosa. Ela adorava fazer aquilo no meio de discussões. Era como sentir um doce gosto de vitória e vingança, ao mesmo tempo, em sua boca. Era seu vício. Eric ficou alí com cara de taxo. Sempre que ela fazia isso o deixava sem poder de reação. Ela lançava seu feitiço e Bum!, desaparecia. Mas ele voltaria a procurá-la, seu interesse em tirar aquela história a limpo era incrivelmente imenso, para seu desespero.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Meninas que transam no primeiro encontro? O que você acha?


Este assunto já causou e ainda causa bastante polêmica! Pois que ela continue sendo causada. E o melhor jeito de abordar o tema é adquirindo informações diversas, vindas de várias fontes do mundo adolescente, afinal ninguém melhor do que eles para serem questionados sobre algo pertencente ao próprio mundo. Então que seja feita a bendita pergunta:

O que você acha de meninas que transam no primeiro encontro?

O que ELAS acham:

Tâmara: Acho que é uma total falta de respeito consigo mesma, a menina não se dá valor!

Débora: Bom, garotas que transam no primeiro encontro querem mostrar serviço. Mostrar logo de cara o melhor que elas oferecem, tentam conquistar na primeira noite e se for preciso transar, que seja. Isso é tão ridículo... Mas mais ridículo ainda é transar por transar 'ah faz tempo a última' ... São esses tipos de meninas que fazem nós mulheres sofrermos com piadas e carinhos atrevidos, já que todos pensam que somos iguais. Somos diferente, pensamos diferente e agimos diferente. Graças à Deus.

Lauana: Eu acho que vai de cada menina. Se ela se acha segura, tudo bem, mas não é uma coisa que acho certo.

Lara: Acho ruim. Transar se faz com alguém que a gente gosta de verdade, mas eu sei que daqui há algum tempo nós adultas vamos transar no primeiro encontro, pois acho que os adultos não têm preconceitos em relação à isso, devido a maturidade isso se torna uma coisa normal do dia a dia, ao contrário de agora, que somos adolescentes, e achamos um horror as meninas que fazem isso!

Beatriz: Eu acho extremamente relativo, depende muito da situação. Se você é bem resolvida, está com vontade, e rolar, não tem problema, só que tem que se arcar com as consequências, como por exemplo o cara acabar te vendo como 'alvo fácil' e te desvalorizando... Mas eu acho que temos que ser espontâneas... então sei lá, se você estiver afim e os dois tiverem maturidade o suficiente pra encarar uma noite de sexo como uma coisa desse mundo (que é!), não tem problema nenhum. Sexo é bom e faz bem pra saúde.

O que ELES acham: 

Pedro: Tipo, acho que depende da menina e do clima, se eles tão ali se curtindo, eles sabem o que podem ou não fazer, não vejo mal nenhum.

Fábio: Acho muito vulgar quem faz esse tipo de coisa. O sexo deve ser feito quando há amor e já conhecemos o  parceiro, impossível de acontecer já no primeiro encontro.

Gabriel: Se o primeiro encontro for com um estranho, que nunca viu na vida e tá conhecendo naquele momento: fácil. Se for entre pessoas que se gostam de verdade, tudo bem. Mas se for por diversão, daí já são vadias.

Marcus: Acho que assim elas conseguem o que muita guria quer: homem correndo atrás e faminha. Só que quando conseguem, acho que elas nao gostam muito da fama né, é guria que ninguém quer, descartável, e só faz tu querer encontrar uma diferente, o que é artigo de luxo no "mercado" hoje em dia.

Bruno: Se as pessoas já se conhecem há algum tempo, eu não vejo mal. Mas se acabaram de se conhecer e já foi pra cama, é arriscado. Eu não tiro conclusões, minha opinião é que elas são "maduras" pra fazer essa escolha, mas um pouco irresponsáveis por não saber com quem estão indo.



Opiniões diversas e distintas, mas em resumo todas canalizam a uma única conclusão: que essas meninas são consideradas fáceis, e correm grande risco de serem desvalorizadas. Mesmo que façam isso com a melhor das intenções e não sejam esse tipo de garota, essa é a realidade. É dessa forma que a grande maioria vai pensar. Mais do que nunca temos que tomar cuidado, e nos preservar meninas!

domingo, 6 de junho de 2010

E foram felizes para sempre???

 Século XIX

- Ó minha Princesa, a procurei por toda parte! Entrei em desespero ao pensar que alguma coisa poderia acontecer à ti. E seria minha culpa, por ter chegado tarde de mais! - Falou o Príncipe, enquanto segurava amorosamente as mãos delicadas de sua amante.

- Oh, Lancelot, não te preocupes mais, eu estou bem! - Disse docemente, antes de deleitar-se nos braços daquela figura viril, que tanto transmitia-lhe proteção.

Os dois beijaram-se apaixonadamente. Lancelot ajeitou sua Princesa em seu cavalo branco, e os dois partiram em direção ao castelo. E foram felizes para sempre!


Infelizmente, príncipes em cavalos brancos não existem meninas. Sejamos francas, quem nunca teve aquele momento de esperança, achando que ele chegaria e finalmente aquele tão sonhado beijo apaixonado aconteceria? Mas não nos martirizemos. Sonhar, às vezes é bom. Às vezes.
Vejo pessoas se apavorarem e me acharem estranha quando digo que nunca me apaixonei na vida. Não que não tenha aparecido alguém que não valha a pena, mas diga-se de passagem: poucos, muito poucos, é possível contar nos dedos de uma só mão, e ainda torcendo para essa mão não ter um ou mais de seus dedos amputados. Apenas não apareceu aquele alguém, com um diferencial, que me fez balançar. Eu até arriscaria dizer que o dia que isso acontecer vai ser um marco histórico.
Bom, não posso esquecer de relatar também que aquela história "de nosso amor em uma cabana" (como diria minha amiga Duda) é calúnia. O amor não sobrevive por sí só. Ele precisa ser regado com perfume, creme dental e flúor, talco para os pés e afins. A realidade pode ser dura, às vezes. Ou pelo menos a minha é!
O fato é que, anos de abstinência amorosa me fizeram perder a credibilidade nos homens.  Eu simplesmente não confio mais neles. Nossa, que trágico! Pois já é complicado até mesmo confiar em mim, imagine então nos outros, ainda mais sendo homens. E aquele papo 'você é linda e blá, blá, blá' nada mais passa de 'torne-se mais uma na minha lista'. Vale lembrar que não os generalizo, apenas tenho um imenso desprezo por aqueles que não prestam. O tipo 'galinha, é o pior e mais desprezível. Isso me lembra que já passa da hora de eu atualizar minha resposta para aquela tão questionada pergunta: "Você tem algum tipo de preconceito?". Agora a resposta é sim.
Provavelmente muitos podem descordar de mim em relação a esse assunto, entretanto sinto-me muito bem com a capacidade que tive de construir um escudo ao meu redor. Pois de uma coisa eu sei: Jamais me permitirei sofrer por culpa de um homem!


Século XXI

- Ó minha Princesa, a procurei por toda parte! Entrei em desespero ao pensar que alguma coisa poderia acontecer à ti. E seria minha culpa, por ter chegado tarde de mais! - Falou o Príncipe, enquanto segurava amorosamente as mãos delicadas de sua amante.

- Histórias são muito lindas e perfeitas, mas volte para elas... 'Lancelot'! - Pronunciou seu nome em tom de deboche.

- Perdão? - Um súbito apavoro percorreu as veias do Príncipe, tal como o sangue que entre estas, passam.

- Ó Lancelot, é uma pena, é realmente uma pena, que homens como você existam...- Ela levou a mão ao coração, enquanto pronunciava as palavras em tom de sofrimento. -...apenas em histórias!

- Creio que suas falas estão equivocadas. Talvez lhe foi dado o script errado! - Disse ele, com uma esperança que transparecia no olhar.

Soa a buzina de uma mercedes branca. Um homem muito atraente ocupa o lugar do motorista.

- Foi mal aí bonitão. Mas a estória da vida é outra! Meu namorado chegou, preciso ir, vamos ver quanto tempo dura todo esse amor...- Saiu em direção ao carro, rindo. - Ó Robert, você veio! Trouxe meu chá gelado? Obrigada.

O carro partiu. E eles foram...ahn...felizes para sempre???

terça-feira, 1 de junho de 2010

Lamúrias sob o luar.


Ela subia o segundo degrau quando de repente parou e, voltou correndo, em direção a uma pedra, sentindo a areia fofa escorregar por seus pés.
- Adrianna, o que você está fazendo? Nós deveríamos estar à caminho de casa há muito tempo.
- Eu não quero ir para casa, ainda é cedo! - gritou enquanto continuava correndo.
Alcançou seu alvo, sentou-se,  e ficou satisfeita ao sentir seus pés mergulhados na água fresca e límpida.
- Ade...- chegou esbaforido. - Você está maluca? Precisamos ir...- recuperou o fôlego. - Já são 3 horas da manhã!!!
Ela olhava fixamente para a água, que fazia movimentos suaves, cobertos pelo manto prateado da lua. Seu olhar era de tristeza. Sempre que bebia, mesmo pouco, ela ficava mais impulsiva e sentimental.
- Então, você vai conversar comigo ou eu vou ter que tentar advinhar qual é o seu problema. - disse suavemente enquanto se sentava ao lado dela. - Acredite, eu não vou perder meu tempo fazendo isso! Você tem agido tão estranhamente esses últimos dias.
- Ai, não é nada...é só um momento ruim, todos têm.- falou impaciente.
- Concordo, todos têm. Mas você sempre resolve tê-los quando eu estou por perto. E agora eu te dou duas opções: ou você conversa comigo, e eu tento te ajudar, ou vamos embora.
- Não! O último lugar que eu quero ir agora é pra casa.- ela fez uma pausa de alguns segundos. -E você não vai entender, ninguém vai, nem mesmo eu me entendo.
- Talvez se você pelo menos tentar explicar...- pegou a mão dela e começou a acariciar. - Vamos lá, você sabe que pode confiar em mim!
- Eu sei Zack, eu sei...- soltou um longo suspiro.- ...é estranho sabe, é ruim.- pensou por algum tempo.- Você... por acaso... já se sentiu perdido, tão perdido, com um vazio tão grande dentro de sí, mas tão grande que faz você perder totalmente as forças, e querer desistir? Eu sinto que a minha vida está uma completa bagunça, sabe, tudo completamente fora do lugar, e parece impossível arrumar essa desordem. - uma lágrima escorreu por seu rosto.
- Pode até parecer, mas não é impossível. E eu, definitivamente, posso dizer isso. Passei 2 anos praticamente vendo minha mãe morrer aos poucos...quando descobrimos o câncer foi um choque terrível e, enfim, você esteve o tempo todo comigo, você lembra, eu disse que prefiria ter ido junto com ela, quis desistir de tudo, da vida... mas você me fez perceber que eu devia encarar os problemas e não adiantaria fugir, pois eles só se agravariam. Agora isso vale pra você. - enlaçou seu braço em volta do pescoço de Ade e beijou-lhe a testa.
- É eu sei, mas é tão difícil encarar tudo. Às vezes fugir parece a melhor opção.
- Se fosse fácil eles não se chamariam problemas, Ade. Eles são um bom exemplo para provar o quão forte uma pessoa é, o quanto ela consegue aguentar. E pode ter certeza que eu vou estar sempre aqui do teu lado, te ajudando a segurar as pontas. Assim como um dia você fez comigo.
Eles se olharam. Ela deu um sorriso meio desanimado. Mesmo com aquela feição ela continuava linda. Naquele instante as mechas douradas misturadas ao resto do cabelo castanho de Ade refletiam a luz da lua, e seus olhos, de um verde intenso, brilhavam, umedecidos por lágrimas. Ela estava tão vulnerável naquele momento. Quando Zack se deu conta, seus lábios levaram deliciosos e longos segundos juntos aos de Ade.
Após afastar-se e olhá-la, ambos sorriram.
 - Bom, já passou da hora de eu levar a senhorita para casa. As coisas estão realmente melhorando aqui, mas você sabe, que infelizmente, temos que ir.- levou a mão de Ade até sua boca, dando-lhe um demorado beijo. - Vamos?
- Hmm...- mexeu o pé lentamente, afim de sentir aquela sensação que tanto adorava, da água acariciando seus pés. - Vamos...-sussurrou quase que inaudível.
Os dois sairam da pedra e, abraçados, começaram a caminhar em direção à escadaria.
- Eu odeio ver você assim, triste. Você sabe que eu vou fazer de tudo para ver o contrário, mas você precisa me ajudar...se ajudar também! Não quero mais saber desse papo "quero desaparecer desse mundo cruel", ok? Se bem que eu duvido que essa tristeza perdure por muito tempo. - os cantos da boca de Zack se curvaram em um sorriso misterioso.
- Ah, é? Posso saber o porquê? - olhou-o curiosa.
- Porque agora que nós vamos voltar a namorar, vai ser impossível você ficar triste!
- Ué, que estranho, eu nem mesmo fui questionada em relação à isso.
- Eu não sou homem de perder tempo com perguntas as quais eu já sei a resposta.
- Hmmm, e eu aposto que você também é um homem cujo o sobrenome é humildade, hein! - riram.
Durante os poucos passos de distância que faltavam até a escadaria, mantiveram seus lábios quentes e úmidos, unidos.
Enquanto subiam as escadas, Adrianna travou.
- Zack...- falou enquanto direcionava um olhar vago para o nada. - É uma pena que não sejamos equipados com o sistema on/off, não é mesmo?